sábado, 22 de agosto de 2009

alentejo...


As histórias que se contaram sobre os alentejanos foram uma mensagem que foi em muito alimentada pelo regime opressor da altura para amesquinhar um povo de uma parte de Portugal que sempre lutou contra a tirania e a miséria. Toda a gente sabe que a prática religiosa que caracteriza o Alentejo é a mais baixa do país. O povo alentejano manifesta a sua fé de uma forma mais íntima, mais pessoal, menos visível. E a fé não pde ser medida apenas em função das manifestações exteriores.
Para além da paisagem e da gastronomia o Alentejo também tem a sua riqueza linguística...o muito gozado sotaque alentejano. Não existe maneira de poder falar mal ou sequer comentar tal tal sotaque pois mais que um sotaque é uma forma de expressão - por isso opto por simplesmente transcrever um texto escrito por um alentejano ao seu professor. O texto foi escrito exactamente como se pronuncia daí a sua genialidade!
"Me caro Valentim: nô ôtro dia tava ê ali à bêra do maticuenho de palaio, ali memo onde o barranco bate c'oa semeada...tava assim a modos qu'esmorraçando...ajitei-me dentro do gabinardo e assenti-me no marco. Enroli um cigarro e cando ia a puxar du zarapatusco de modo a acender, di c'os olhos numa velhaca...era um rego cheio de carne... ó Compadre! Imaparelhê-me com ela e meti o ferro à cara...fiz-le dois fogachos, mas a mangana - foi-se-me imbora mais a puta que a pariu".

  jv

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