quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sns do terceiro-mundo...

Num belo dia depois de um pequeno-almoço na esplanada do Café com o mesmo nome, junto à Ria de Aveiro na Torreira - onde fui  de bicicleta, a partir de Ovar, mais ou menos quarenta quilómetros.

O esforço foi  talvez muito devido sobretudo à viagem de regresso feita contra o vento. talvez por isso senti-me cansado e desfalecido. Almoçei pensando eu que seria fraqueza. Passados alguns minutos deu-me um forte ataque de tonturas e vertigens e entrei em pânico e não tive outro remédio senão chamar a ambulância do INEM. depois de algumas perguntas desnecessárias tais como: quais são os sintomas, e inacreditavelmente onde se situava a minha rua e um ponto de referência da mesma. Respondi que não era ocasião para este tipo de perguntas que só atrasam e põe em risco a vida dos doentes e como ser possível que uma ambulância do INEM, no século XX e na Europa não dispôr de um GPS para mais rapidamente chegar ao doente.
Como em Ovar o Hospital só existe para  algumas consultas de especialidade  e pouco mais. Fui transportado para o Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira - onde na sala de urgências fui submetido a sôro e vários exames médicos.
Depois de cinco horas de sofrimento a médica de serviço informou-me de que os exames estavam todos bem, mas que seria necessãrio repeti-los seis horas depois.
Como estava exausto e no limite das minhas forças físicas e psicológicas pedi à médica para que me desse dez minutos para decidir se repetia e estava mais cinco horas ou pelo contrário assinava o termo de responsabilidade e voltaria no dia seguinte. Obviamente assinei o termo de responsabilidade e comprometi-me como o fiz voltar no dia seguinte. À ordem da médica um enfermeiro veio-me desligar os acessórios dos exames e reagiu grosseira e malcriadamente há minha legítima decisão, deixando entender que eu fora para a urgência não por necessidade, mas para brincar e que estive a gozar com o trabalho dele e dos colegas e ainda que era um irresponsável. Reagi violentamente, que não admitia tal insinuação, já que era a primeira vez que dava entrada no serviço de urgências do Hospital. Falei com a médica e fiz-lhe sentir que a atitude inqualificável do enfermeiro, não só era desrespeitosa para mim como para ela e desautorisava-a. A médica numa atitude corporativa não entendeu assim porque o objectivo era desresponsabilizar o colega. Como não tinha crachá de indentificação como está obrigado, exigi a sua identificação e contra todos os códigos de ética e deontológicos recusou-se determinantemente a fazê-lo.  Como estava determinado pedi à médica, á tarefeira e ao emfermeiro-chefe de turno e todos se escusaram a dar o nome do ennfermeiro prevericador, que soube a meu pedido uns dias depois pelo Serviço de Relações Públicas do Hospital, por email, qual era o seu nome a fim de executar a respectiva queixa.
Uma semana depois recebi pelo correio a "Nota de Alta" assinada pela médica que me assistiu - onde lamentavelmente constava imprecisões sobre a situação clínica, chegando ao ponto numa prova clara  de falta de rigor e profissionalismo dizer que tinha ido dar um passeio de bicicleta ás 14:00 - quando foi mais ou menos a essa hora que dei entrada no Hospital. Mas o pior foi no último parágrafo  da mesma Nota onde se atreveu a fazer considerações de ordem comportamental num boletim clínico, escrevendo: "Foi muito desrespeitoso e conflituoso com o pessoal de enfermagem, quando o estavam a alertar (calmamente e educadamente)". Uma inqualificável e grosseira falta á verdade dos factos, foi exactamente o contrário e foi nas "barbas" dela - é inaceitável que uma médica tenha tamanha pequenez de carácter, com o objectivo  único de branquear a indigna atitude de um profissional de saúde, que não merece defesa.

Em nome da indignação e defesa da honra - fiz reclamações para a Administração do Hospital, para as Ordens dos Enfermeiros e dos Médicos, e se a decisão não for aquela que espero, recorrerei para a ARS - Administração Regional de Saúde. Ainda tive a coragem e depois de algumas recusas, telefonar à médica em causa e exteriorizar toda a minha revolta com a sua indigna postura. Não teve a coragem de desmentir as acusações que lhe fiz, limitando-se a dizer que se estva indignado que reclamasse, que quando fosse chamada a depôr fá-lo-ia por escrito.
Nunca pensei a partir de uma sala de urgências de um Hospital distrital - ouvir o que eu ouvi e fundamentalmente ver o que vi em dez horas: uma prosmiscuidade entre enfermeiros, emfermeiras, médicos e médicas e cenas pouco edificantes para profissionais que estão sujeitos a rigorosos códigos de conduta. E assim vai o SNS em Portugal...

  jv

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