Há muito que penso que o PS - não é um partido de esquerda mais concretamente desde o governo chefiado pelo António Guterres, que em comparação com os de Sócrates era esquerdista.
Aliás por altura das eleições antecipadas para a Câmara de Lisboa quando o PS e António Costa - fizeram uma aliança com o Bloco de Esquerda e José Sá Fernandes. Lembro-me de enviar um email para o BE, em que dava conta disso mesmo: como seria possível o BE fazer uma coligação com um partido que particava uma política de direita enquanto poder e com um ex. ministro da Administração Interna, que foi muito arrogante por exemplo na pretensa greve dos polícias e ainda a figura algo controversa de JSF. O Bloco ao considerar o PS de esquerda cometia um erro políticamente estrutural e ideológico. Responderam-me à minha mensagem electrónica com um falacioso argumento: " O Partido Socialista, quieramos quer não tem muitos trabalhadores como base social de apoio". Respondi - que com esta argumentação do BE - então o PSD também seria de esquerda, já que não é só os ricos e o patronato que votam no Partido Social Democrata, também votam os trabalhadores e eles aumentam ainda mais quando o PSD é vitorioso em actos eleitorais.
Felizmente o futuro veio dar-me razão. O BE, despediu JSF por suposta traição e rompeu com AC na CML e a luta sem tréguas aos governos de José Sócrates.
A anunciada moção de censura do BE para dez de Março é o culminar do ataque à política de direita do segundo governo do PS/Sócrates - mas também uma bomba no seio do maior Partido da oposição, já que é ele que decide a queda ou a continuação do governo e por via disso já provocou estragos: relevantes figuras do partido já se manifestaram a favor da moção de censura do BE - Alberto João Jardim e Pedro Aguiar Branco por exemploe outras contra como, Pacheco Pereira ou Miguel Relvas.
Por isso tem todo o sentido a tese que o BE suporta para esta moção: censurar o PS e o PSD - os responsáveis pelo atoleiro do País. Seria o que faltava um partido de esquerda não ter a coragem de censurar um partido que se rotula de esquerda mas enquanto no poder faz política de extrema direita. E o BE e o PCP finalmente perceberam isso.
Um partido da oposição, que quer ser alternativa ao governo do PS, que para isso considera que o governo e José Sócrates são ruinosos para o País e que há muito não injectam confiança nos portugueses e nos mercados.
Mas confrontam-se com dois problemas: sabem que o País está ingovernável económica e financeiramente. Mas também têm a consciência de que se não aproveitarem esta boleia do Bloco, estão sujeitos a não irem tão cedo para o poleiro, e por outro lado ficam descredibilizados aos olhos dos portugueses, já que na hora da verdade seguram o tal governo ruinoso para o País - pela via do PEC1 do PEC2 do OE e agora pela hipotética abstenção da moção de censura no dia dez de Março.
"Ladra, ladra mas não morde" ou "agarrem-me se não mato-o"... é o taticismo (isto sim) do PSD de PPC... e Sócrates sabe disso.
jv
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