terça-feira, 22 de janeiro de 2013

voluntariado do vale tudo...

O voluntariado - já foi solidariedade e agora pelos vistos virou a negócio mais ou menos camuflado. E vale quse  tudo...

No NorteShopping - separadaos por mais ou menos cem metros estão dois stands de venda: um para a promoção e venda do cartão de crédito barclaycard (mudam de vendedores como eu de camisa) o tal que não se paga anuidade, mas na volta esfola juros obscenos, além de cobrar 5%  no valor da compra aos logistas, tal como o da EDP - é um negócio da China.

vale tudo para impingir o visa. Ainda por cima estão sempre três, que é para não deixar escapar ninguém. A abordagem é uma autêntica caça ao homem e à mulher na ânsia de conseguirem os objetivos que lhe foram impostos.
Sendo que o mais importante para os caçadores é fazerem  com que a proposta seja assinada pelo freguês, mesmo que o cartão venha a ser recusado por não estarem preenchidos todos os requesitos necessários.

Só que a grande maioria dos potenciais clientes que por ali passeiam fazem eye contact,  não lhes ligam nenhuma: já não basta os dos seus bancos, ou por saberem que não preenchem os requesitos, ou ainda e mais importante pelo massacre da abordagem que é feita.

O outro stand - é o da Luta contra o cancro do Algarve - primeiro não percebo muio bem o porquê de ser do Algarve, quando há no norte. Ao que soube é porque os doentes são obrigados a ir para Lisboa ou para o Porto, porque no Algarve não há IPO. Depois e o mais estranho, sendo uma associação humanitária, a vendedora (queria dizer voluntária) tem exatamente a mesma postura na abordagem ao cliente (queria dizer dador) que os promotores/vendedores do tal cartão de crédito. "Se não dão a bem vão ter que dar a mal": vamos pressioná-los nos locais de grande afluência.

Obviamente os potenciais dadores fogem dela como o diabo da cruz, tendo a mesmíssima reação que têm com os vendilhões dos cartões de crédito, ou seja não a levam a sério. E isso é muito perigoso.

Os portugueses por natureza são  bonzinhos, mas começam a ter consciência que se passou os limites do razoável, quer no conteúdo, quer principalmente na forma de exercer o voluntariado.

Até já publicitam jogadores de futebol.

Eu cá não tinha pachorra para um certo voluntariado, que mais não é,  um assistencialismo servido em loiça da Vista Alegre: dar a sopa dos pobres, ajudar os coitadinhoss e tratar bem os sem-abrigo na época do Natal - não contem comigo.


Na sequência da candidatura ao programa de Voluntariado Sénior da Fundação Serralves - um desafio destinado a homens e mulheres com mais de 50 anos e culturalmente ativos, que tenham vontade de partilhar. Foi que participei numa entrevista coletiva de 17 candidatos, sendo que onze eram do sexo feminino e os restantes seis do sexo masculino.
Não fui fazer mais ou menos 100 km - para dizer que a chuva é molhada e a Terra redonda, vai daí fiz uma provocação à plateia - com todo o respeito pelos relatos dos meus colegas de painel  o que tem a ver o voluntariado assistencialista, com o Programa Voluntariado Sénior desta Fundação?

Serralves, é arte, é cultura é natureza. Candidato-me porque gosto de Serralves e ponto final.
      jv

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